quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Porque amamentar? A dor e a delícia...

Bom, para quem ainda não conhece nossa história, já batida para alguns... aqui vou eu escrever sobre toda nossa trajetória e aonde conseguimos chegar.

Ainda na gestação, tive curso de amamentação, e me julgava super preparada para amamentar meu bebê. Eu que até então não tinha tido nenhum obstáculo, e tinha os seios fartos de leite que vazavam e molhavam a cama quase todos os dias na gravidez achava que era simplesmente colocar o bebê para mamar e pronto, estava ali a mágica, só ter o leite não basta!

Léo nasceu em uma noite de terça-feira, e no pós parto ele foi ao berçário e foi levado a mim somente após aproximadamente 7hrs, ou seja, esse tempo todo sem mamar no seio materno, desconfio eu, hoje com meus conhecimentos que ele foi alimentado com fórmula (leite artificial) durante esse período.
Quando foi colocado ao peito para mamar deu duas sugadonas como se já estivéssemos treinados para aquilo, mas em seguida já não mamava mais, dormia, por horas seguidas, e assim persistiu durante o dia todo, mamava alguns segundos e dormia horas, não sei como, tivemos alta após 24hrs na maternidade, e o bebê ainda sem se alimentar corretamente.
Meu colostro deixava meu seio quente, duro, ríspido, e eu usando conchas, sempre vazando. Na primeira tarde e noite já em casa, eu tentava coloca-lo para mamar e a cena se repetia, duas sugadas fortes e sono por horas...
Na sexta-feira, nosso segundo dia em casa, tentei fazê-lo mamar, mudei-o de posição, e nada!!!! Meu leite já tinha descido e já estava na transição colostro-leite. Com muito apoio da minha família, em especial ao meu marido, eu tentava desesperada alimentar meu bebê com o meu leite. Foi quando o papai do Léo teve a ideia de ligarmos no Banco de Leite da nossa cidade, a atendente me agendou para próxima semana e sugeriu 'tirar' o leite e oferecer a ele no copinho, seringa, qualquer coisa que não fosse mamadeira, para não gerar confusão de bicos e perder a pega do seio.Tomei banho, relaxei e tentei novamente oferecer o seio, ele já não faia força alguma para sugar, foi quando eu ordenhei, dolorosamente nessa primeira vez, com o seio quase empedrado, e ofereci na mamadeirinha, me senti totalmente traída quando ele simplesmente sugou em questão de segundos 30ml de leite. E assim foram passando os dias, ele mamando muito pouco. Semana seguinte consulta na emergência, o xixi estava com pontinhos laranjas na fralda e uma notável (não por mim, pela minha mãe) icterícia. Uma possível desidratação, introdução de água para baixar bilirrubina. E aos 10 dias consulta de rotina, meu bebê tinha perdido 400grs de quando saímos da maternidade, a pediatra não muito preocupada com meu lado sentimental que gritava que eu deveria amamentar, me sugeriu uma baixa produção de leite, e uma receita de NAN, sai dali em prantos, me sentindo a pior mãe do mundo, impotente e com leite no seio. Procurei novamente o banco de leite, desta vez sem agendamento, fui atendida prontamente e muito bem atendida por sinal. Enfermeiras altamente capacitadas me auxiliaram, ordenharam e meu bebê tomava o meu leite. Em casa a luta continuava, fazer o Léo mamar, havia melhorado significativamente, mas o peso ainda era baixo, como se fosse prematuro. Nossos acompanhamentos no Banco de Leite começaram a ser no mínimo duas vezes na semana, aonde eram feito acompanhamento da mamada, pesagem e valiosas informações. E eu intercalava entre seio e complemento - 30ml de leite artificial, essa intercalação do complemento feito como processo de relactação, já que realmente minha produção havia sido diminuída, devido a não estimulação correta das mamas, relactei no dedinho mindinho e  no seio durante 15 dias, quando já não precisava mais da sondinha para alimenta-lo, minha produção se estabilizou e o bebê estava a ganhar peso, para nossa felicidade, e muita!!!!

Pronto, o sonho de amamentar meu bebê nos meus braços, com meu próprio e valioso leite estava a valer, e valeu, e ainda vale.
Sofri fissuras, tive por diversas vezes que acertar a pega, passei horas a fio no quarto amamentando, deixei de comer junto com todos para alimentar meu bebê. E aqui está a delícia, o sorriso gratificante e uma mãozinha linda a acariciar meu seio enquanto mama.


Doei durante 3 meses leite ao banco de leite, leite que para nós, era o excesso, o que sobrava, e para muitos bebês a esperança de vida.


Hoje 4 meses e 26 dias nosso amor em forma liquida é vista pela saúde do meu pequeno, e me orgulho muito em dizer, sou mamífera, e assim seremos por um bom tempo.

Fica aqui 17 dos muitos benefícios que a amamentação traz.


Você sabe que amamentar é fundamental para a saúde do seu filho. Mas já parou para pensar em todos os benefícios que esse ato pode trazer para o bebê e para você? Confira!

1. O leite materno é o alimento mais completo e equilibrado, pois atende a todas as necessidades de nutrientes e sais minerais da criança até os 6 meses de idade;

2. Fácil de ser digerido, provoca menos cólicas nos bebês;

3. Colabora para a formação do sistema imunológico da criança, previne alergias, obesidade, intolerância ao glúten;

4. Contém uma molécula chamada PSTI é responsável para proteger e reparar o intestino delicado dos recém-nascidos;

5. O momento da amamentação aumenta o vínculo entre mãe e filho e colabora para que a criança se relacione melhor com outras pessoas;

6. Previne a anemia;

7. A sucção ajuda no desenvolvimento da arcada dentária do bebê;

8. Amamentar por mais de 6 meses faz bem à saúde mental da infância à adolescência, segundo estudo coordenado pela Universidade do Oeste da Austrália. Segundo os pesquisadores, substâncias presentes no leite (como a leptina) ajudam a combater o estresse. O contato e o vínculo entre mãe e filho promovido pelo aleitamento também têm um efeito positivo no desenvolvimento psicológico da criança.

9. Quando o ômega 3 está presente no leite materno, o que varia de mulher para mulher de acordo com sua alimentação, ele ajuda no desenvolvimento e crescimento dos prematuros nos primeiros meses de vida;

10. Ajuda no desprendimento da placenta, contribuindo para a volta do útero ao tamanho normal. Com isso, também evita o sangramento excessivo e, consequentemente, que a mãe sofra de anemia;

11. Protege a mãe contra o câncer de mama e de ovário;

12. Estudo publicado na American Journal of Obstetrics revela que a amamentação reduz o risco de a mulher desenvolver síndrome metabólica (doenças cardíacas e diabetes) após a gravidez, inclusive para aquela que teve diabetes gestacional;

13. A amamentação dá às mães as sensações de bem-estar, de realização, e também ajuda a emagrecer, pois consome até 800 calorias por dia (mas dá uma fome...);

14. É de graça, natural, prático, e não desperdiça recursos naturais;

15. Está sempre pronto para ser transportado e ingerido (não precisa nem aquecer).
16. Pode ajudar seu filho a ter melhor desempenho nos estudos e aumentar a chance de ele frequentar uma faculdade, segundo uma pesquisa norte-americana. Eles analisaram o desempenho escolar de 126 irmãos de 59 famílias. O resultado sugeriu que aquele que recebeu um mês a mais de leite materno apresentou aumento de 0,019 pontos na média de pontuação no ensino médio e aumento de 0,014 na probabilidade de cursar o ensino superior.
17. Protege a mãe contra doenças cardiovasculares, segundo estudo realizado pela Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Para a pesquisa, foram analisadas 140 mil mulheres no período pós-menopausa, ou seja, com média de 63 anos, e o resultado mostrou que aquelas que amamentaram por mais de um ano tiveram 10% menos risco de sofrer com essas doenças, se comparado com aquelas que nunca amamentaram.


Caso você tenha algum problema ao amamentar, procure ajuda, informe-se, não desista, amamentar é o maior vínculo que se pode ter entre mãe e filho.


Banco de Leite de Ribeirão Preto:
Avenida Santa Luzia, 383, Jardim Sumaré  Ribeirão Preto, 14025-090
(0xx)16 3610 2649

Ou procure aqui o Banco de Leite mais próximo de você.
http://www.fiocruz.br/redeblh/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home


0 comentários:

Postar um comentário